Aprendendo e ensinando sempre!

Aprendendo e ensinando sempre!

sábado, 17 de outubro de 2015

Conservadorismo despreocupado




Como professor me preocupo muito quando dados são divulgados expressando sentimentos ruins da nossa sociedade, afinal tudo que nela acontece se reflete rapidamente na escola pública, transformando-a em um microcosmo. Mas antes de entrar na discussão, apresento a todos o autor da célebre frase usada na pesquisa.

Ex-deputado estadual Sivuca lançando seu livro na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro
Pois foi ele, em suas falas para a população do estado do Rio de Janeiro, o primeiro político a explicitar uma violência contra os que cometem violência inspirados na lei mesopotâmica reproduzida no velho testamento da Bíblia, o "olho por olho, dente por dente". Mas quais os efeitos do Estado violento na sociedade?

Esses direitos nesses termos eu não quero!
Em uma utopia, onde não existissem discriminações de nenhum tipo na sociedade, talvez essa lei de Talião funcionasse. Mas aí ela não seria aplicada porque não haveria necessidade, todos estariam satisfeitos com a igualdade social promovida pela ausência do racismo e distribuição justa de renda.
Porem, voltando à realidade (triste), o racismo vai ser o melhor norteador dessas políticas de combate ao crime, reduzindo o perfil do bandido ao clássico modelo de preto, pobre e favelado (não necessariamente nessa ordem, mas pelo menos com 2 dos 3 adjetivos juntos na mesma sentença). Isso vai resultar nos desastres que vemos, vivemos ou lemos nos noticiários das grandes cidades do país, com jovens negros mortos aos montes sem nenhuma investigação chegando a termo para saber se o morto nas ações policiais realmente estava envolvido com o crime local. Aos que reclamam quando uma injustiça se faz presente, a foto acima mostra bem o tipo de tratamento reservado a eles. Mesmo que o porrete não bata fisicamente, bate moralmente, justificando a violência estatal recheada de discriminações mostrada como reação necessária.
Mas qual a causa desse reacionarismo observado em nosso país?
A resposta não é única e nem fácil. Temos acompanhado uma escalada sem precedentes de um discurso moral, iniciado com as manifestações políticas em 2013 inflamados com os noticiários sobre corrupção. Mas em um governo de esquerda, quem vai pra rua se queixar? Exatamente a direita, que se disfarçava no papinho de que no Brasil não existem esquerda e direita e que a política deve ser pragmática (buscando bons resultados) e não ideológica (que se norteia por idéias e limites fixos, como o socialismo ou liberalismo, por exemplo). Assim levaram muitas pessoas insatisfeitas com o resultado das eleições de 2014 e os efeitos da crise econômica mundial que chegou ao Brasil para as ruas e redes sociais, onde ficou muito evidente a base ideológica desse grupo que tenta vender seu discurso.


Agora que ficou bem claro o que são ideologias e as diferentes vertentes na política, vejam que a discussão entre elas é muito importante. Cada país escolhe, através de seus representantes políticos, qual delas vai predominar ou quando se equilibram como resultado de acordos.
O momento político indica uma reação dos grupos de direita (mesmo que muitos não assumam que tem essa ideologia) ao de esquerda que agora estão no poder pelo 4º mandato seguido. Esse movimento é acompanhado pela mídia e redes sociais, já que a maioria dos pertencentes ao grupo tem recursos e voz na sociedade, daí seu clamores, reclamações e ideias permeiam a sociedade com mais facilidade.


Essas e outras bravatas reacionárias piores são lidas por muitos, que acabam se convencendo porque: são alienados políticos (creem na neutralidade universal) e/ou acham que tudo que está na internet é verdade (ainda que sem fontes críveis ou comprovações). Ali se adotam pensamentos que não condizem com a realidade do indivíduo, afinal a elite brasileira se resume a 15% da população. É assim que conseguem adesão aos seus ideais.

Só pra deixar bem claro, não estou defendendo com esse texto qualquer partido político ou coisa parecida. Estou exercendo uma visão crítica forjada pela minha formação acadêmica somada à vivência oriunda da classe D, já que nesse país professor entra na classe C-, pois não pode ser elite segundo a... elite!
Pra terminar, deixo duas músicas que ilustram um pouco do que disse aqui, esperando que gostem.




Nenhum comentário:

Postar um comentário